sexta-feira, 30 de outubro de 2015

FILHO NÃO É EMPECILHO!

Sempre fui uma pessoa ativa, nada caseira, gostava bastante de sair e dificilmente perdia um evento. E claro, antes de ser mãe dizia que tudo iria continuar exatamente assim. Filho nenhum me prenderia e me impediria de sair.
E não foi só eu quem pensava assim, ainda vejo muitos casais, muitas mulheres dizendo a mesma coisa, que a vida vai continuar como sempre foi e que filho não será empecilho algum.
Será?
Antes eu me preocupava em responder, em contar a verdade, mas hoje eu sei que nada vai adiantar falar sem antes que esses futuros papais e mamães vivenciem a realidade. Não adianta contar o sabor de um doce se a pessoa nunca comeu. É preciso que ela experimente. E isso eu aprendi!

Realmente filho não é empecilho, mas a prioridade muda!
Eu consigo carregar meu filho para todos os lugares que vou e até conseguiria desde o seu 1º dia de vida, mas nem todos os lugares são apropriados para um bebê, ainda mais quando é o nosso filho. Antes de tudo eu penso em seu bem estar! Antes de qualquer ocasião eu penso se é mesmo necessário expor meu filho a multidão, ao som alto, ao frio, ao calor excessivo e prezo sempre por seu conforto e aconchego. Mesmo os eventos indispensáveis, como casamentos e aniversários de familiares e pessoas queridas, tem uma série de coisas que analiso. 

E viajar? 
Dá pra viajar também, se for viajem curta, dá para ir tranquilamente. Mas viagem longas ou de avião, o ideal é que se espere o 1º ano de vida do bebê, pois neste período ele já tomou as vacinas mais importantes e já criou uma certa imunidade.

Na medida em que o bebê vai crescendo, a possibilidade de sair com ele aumenta, mas ainda sim é preciso analisar, pois cada fase exige um cuidado.
Hoje meu filho tem 1 ano e 8 meses e eu consigo ir até em barzinhos com ele, mas antes verifico se tem trocador e espaço kids no local, o básico para uma noite agradável.

Posso fazer tudo com o meu filho, mas nem tudo convém!
Por isso que quando alguém me compara com a fulana que leva o bebê dela num lugar que eu não levaria o meu, eu tento explicar que cada pessoa tem sua limitação, sua prioridade e as minhas com certeza é sempre o bem estar do meu filho. 

Se engana quem pensa que sou chata com esse pensamento, pois compartilho da mesma ideia com outras mães, E se você ainda não é mãe, esteja certa que com um filho nos braços sua cabeça vai mudar. A minha mudou, de muitas outras mães mudaram e não será diferente com você.

E sim, a prioridade muda, a vida muda, tudo fica de cabeça para baixo, mas aí a gente descobre que de cabeça para baixo é o nosso lado certo!

Filho não é empecilho, filho é a abertura para um novo conceito, uma nova fase, uma nova vida.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

PÓS-PARTO E AMAMENTAÇÃO

PÓS-PARTO: O meu pós-parto foi tranquilo, tirando o desconforto da cesárea e algumas dificuldades de mãe de primeira viagem, posso dizer que foi tranquilo. Tive o auxílio da minha mãe no 1º mês, que me ajudou com os afazeres de casa e algumas orientações aos cuidados do recém nascido. Digo algumas, porque antes eu havia me informado bastante e quis colocar em prática algumas coisas que achei ideal, até entrava um pouco em conflito com ela, mas no final deu tudo certo.

No começo chorava muito, hora de alegria, hora de tristeza e achava estranho e insensível da minha parte ficar triste num momento tão sublime. É que minha vida virou de cabeça para baixo e até entender que eu tinha que virar junto, demorou um pouquinho, rs. Então eu descobri que o nome disso é PUERPÉRIO, que é a fase do pós-parto em que passamos por modificações físicas e psíquicas, por isso esse mix de sentimentos.

Minha maior dificuldade no pós-parto foi a alteração no meu horário de sono, ou seja, acordar várias vezes de madrugada mexeu bastante comigo. Por isso durante o dia eu sempre dormia quando o Gui dormia e assim ia repondo o meu sono.
Também tive dificuldade com amamentação, pois não é como nos filmes, nasce o bebê e você dá de mamar naturalmente. Tem uma série de coisas que ninguém conta pra gente e a gente só descobre vivenciando. É o que falaremos a seguir...

AMAMENTAÇÃO: Durante a gravidez eu li sobre a amamentação, a importância dela para mãe e bebê e desejei amamentar sim. Mas mesmo lendo e sabendo que leite demora pra descer, cometi uns pequenos vacilos, mas que puderam ser corrigidos rapidamente.

Enquanto eu estava no hospital, veio uma enfermeira "ensinar" como amamentar. Meu filho chorava muito, não conseguia pegar o peito direito, pois eu não tinha bico. Motivo esse que a enfermeira dizia que eu tinha que complementar, se não ele passaria fome. Balela! O colostro que sai das mamas no início alimenta e hidrata o bebê e mesmo sabendo disso, não sei porque a insegurança me bateu. Então eu deixava complementar, mas não desisti da amamentação. Quando o Gui vinha mamar, eu deixava sugar bastante, pois lembrei que assim estimula a descida do leite. Mas a pega não estava correta, então já fui sentindo dor ali mesmo. Ao receber alta, veio uma moça do Banco de Leite, uma benção por sinal, com um folheto instruindo a amamentação e o contato em caso de dificuldade.

Chegando em casa, comecei a fazer do meu jeito e tentei aplicar tudo o que eu tinha me informado. Amamentação livre demanda! Sim, é cansativo, mas meu bebê ficava no peito o tempo todo mamando colostro e em 5 dias o leite desceu. E nada de complemento, era só peito e pronto! Só que comecei a sentir muita dor no bico do peito, e com a descida do leite, meu peito empedrou, a dor ficou ainda mais insuportável.

Foi então que recorri ao Banco de Leite para pedir ajuda, pois não queria deixar de amamentar e posso dizer que foi a melhor coisa que fiz e que todas as mães deveriam fazer, pois sem ajuda, a gente desiste. Ao chegar ao Banco de Leite, a enfermeira que me atendeu já detectou a pega errada do bebê no meu peito, peito empedrado e sapinho no peito, coisa que eu jamais pensei que existia. Então fui instruída a pega correta, a massagear o peito para desempedrar e deixar ventilar o peito, nada de absorvente, conchas, nada, o peito precisa respirar, se não pega sapinho mesmo, que são fungos e que dói pra caramba! Pensa em algo que pega fogo e ao mesmo tempo te enfia uma faca. Pois bem, essa era a sensação que eu tinha quando amamentava com fungos. Eu amamentava mordendo pano, chorando, urrando, mas não deixei de amamentar. Segui toda a orientação do Banco de Leite, passei medicamento no peito e em 1 semana tudo se normalizou, foi então que descobri o prazer da amamentação.

Amamentei exclusivamente por 6 meses, depois houve a inserção de outros alimentos e as mamadas foram diminuindo. Com 12 meses inseri mamadeira durante o dia, então ele só mamava no peito a noite. Algumas pessoas me criticaram por inserir a mamadeira, outras me apoiaram, achando que estava mais que na hora. Mas na verdade não segui nem quem me criticou e nem quem me apoiou, simplesmente segui meu coração, pois cada um sabe sua limitação.

Defendo a amamentação 100%, acho importantíssimo a amamentação em livre demanda, a amamentação exclusiva até 6 meses e amamentar até 2 anos ou mais é o ideal, é maravilhoso e era o que eu queria pra mim. Porém, eu estava muito desgastada, por isso com 1 ano inseri a mamadeira, pois precisava de um tempo, não estava bem. Mesmo assim eu iria amamentar, mesmo que reduzidamente, o tempo que ele quisesse e foi assim que aconteceu. Com 15 meses ele rejeitou o peito a noite, não quis mais e não procurou mais, foi a hora dele.

A nossa amamentação durou 1 ano e 3 meses e o desmame foi naturalmente!



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

GESTAÇÃO E PARTO

GESTAÇÃO: Engravidei com 30 anos, primeiro filho, tive uma gestação tranquila, apenas com os desconfortos comuns de grávida e bastante enjoo no começo. Também tive a sensibilidade de grávida, os esquecimentos de grávida, os desastres de grávida, as doidices de grávida, pés e mãos inchadas de grávida, bexiga solta de grávida e cometi muitas "gravidices", rs.
Engordei 15 kilos, o que pra mim foi muito, pois já havia engravidado com sobre peso. Mesmo assim, meu quadro clínico sempre esteve dentro dos conformes. 
A cada mês era uma alegria e ansiedade em conhecer o meu bebê e cada ultrassom uma alegria de poder enxergar o que já estava comigo a todo momento.

Passei a gestação inteira desejando um Parto Natural, me informei bastante, mas não o suficiente para conseguir trazer o meu marido para o mesmo pensamento em relação ao parto. Contudo, não tive suporte financeiro e nem emocional para ter uma equipe de parto, então tive que continuar com o meu obstetra do plano médico, que por vezes brigou comigo me achando doida, só porque eu queria algo natural, Mas esse é um assunto que vale uma postagem única, só estou mencionando aqui, pois durante a gestação me envolvi bastante neste tema.

Ao completar 40 semanas de gestação, não tive nenhum indício de trabalho de parto, não saiu tampão, não estourou a bolsa, não senti nenhuma dor, nada que avisasse que meu filho estava prestes a nascer. Então meu obstetra sentou comigo e meu marido para que marcássemos a cesárea, mas eu pedi que esperássemos pelo menos mais 1 semana, ele aceitou, desde que eu fosse durante a semana ao hospital para ele me examinar. Aceitei, pois diante da realidade de parto em nosso país, convencer o médico a passar 40 semanas é um pequeno avanço.
Como combinado, fui durante a semana ao hospital e todos os dias só tinha 1 dedo de dilatação, não avançava, não sentia dor, estava angustiada. 

PARTO: Ao completar 41 semanas de gestação, o liquido amniótico estava escuro, sinal de mecônio no líquido ou seja, as fezes do bebê já tomava conta do líquido, então precisava realizar o parto antes que o pior acontecesse. Se eu tivesse mais dedos de dilatação, meu obstetra iria induzir o parto, mas como eu ainda continuava com 1 dedo, não teve jeito, tive que ir para a cesárea. Ai, meu mundo caiu! Para uns isso ainda não era indício de cesárea, para o médico era e para mim não sabia mais o que pensar, eu só queria fazer o que fosse melhor para meu filho. E com esse sentimento eu acredito que a minha cesárea foi necessária diante da situação.

Lembro-me de atravessar o corredor a caminho da sala de cirurgia, só pensando que não era a cena que eu tinha sonhado para receber o meu filho, não era o ambiente e muito menos o parto desejado, mas se era necessário, que ele me perdoasse, pois as circunstâncias levaram a isso.
Já no centro cirúrgico, uma mistura de medo e ansiedade, mas tudo correu de acordo com o planejado pela equipe médica: Anestesia ok! Cirurgia ok! Bebê nasceu ok! Pediatra e algumas ações desnecessárias ok! Bebê do lado da mãe por uns instantes ok! Pontos ok!


Ele chegou em 27/02/2014, as 19:40 hs, pesando 3.850 kg e medindo 51 cm. E deste parto o que vai ficar na minha memória para sempre é quando escutei o seu chorinho pela primeira vez e depois quando o conheci pessoalmente, aquele rostinho lindo, veio chorando pro meu lado e quando ouviu a minha voz, acalmou. Ali iniciou o elo entre a gente, mesmo com o corte do cordão umbilical, estaremos ligados para sempre. Ali nasceu o filho, a mãe e o pai. Gratidão a Deus para sempre!